De acordo com Jesse Emspak, do portal Smithsonian.com, não é de hoje que os astrônomos procuram planetas desconhecidos no nosso sistema solar e, em algumas ocasiões, eles obtiveram sucesso em sua busca. Afinal, foi graças à identificação de anomalias na órbita de Urano que o francês Urbain LeVerrier conseguiu descobrir Netuno em 1846.
Planeta X
Alguns anos depois de Netuno ser descoberto, cientistas descobriram perturbações inexplicáveis em sua órbita também. Essas irregularidades levaram o astrônomo norte-americano Percival Lowell a iniciar, em 1906, a busca de mais um planeta no sistema solar — o chamado Planeta X.
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Infelizmente, Lowell não viveu o suficiente para encontrar o mundo novo que ele procurava, e a descoberta aconteceu em 1930, quando o também norte-americano Clyde Tombaugh anunciou que havia identificado um astro próximo ao local onde a posição do Planeta X havia sido prevista. E, em um primeiro momento, alguns cientistas chegaram a acreditar que fosse um corpo celeste tão massivo como a Terra.
Segundo Jesse, análises posteriores apontaram que, em vez de um astro de porte relativamente grande, se tratava, na verdade, de um planetinha pequenino — que ficou conhecido como Plutão e que, décadas depois de ser descoberto, perdeu o título de planeta e foi reclassificado como planeta anão.
No entanto, as observações também revelaram que Plutão não era massivo o suficiente para provocar as perturbações observadas na órbita de Netuno. Foi então que a caçada ao hipotético Planeta X acabou sendo reiniciada.
Einstein estraga-prazeres!
De acordo com Jesse, em 1989, depois que os dados coletados pela sonda espacial Voyager 2 permitiram que os astrônomos estimassem a massa de Netuno com maior precisão, eles descobriram que não era necessário que o Planeta X estivesse por perto para provocar irregularidades orbitais.E voltando um pouquinho no tempo, anomalias detectadas na órbita de Mercúrio levaram Urbain LeVerrier, o mesmo cara que descobriu Netuno, a propor que o planeta hipotético podia estar muito mais perto do que imaginávamos. O astro estaria localizado mais próximo ao Sol — e inclusive chegou a ser apelidado de Vulcano pelo astrônomo.
Só que o “armagedom” chegou para o planeta hipotético antes mesmo de sua existência ser comprovada. Isso porque a Teoria da Relatividade de Albert Einstein demonstrou que a órbita irregular de Mercúrio podia ser explicada através da curvatura do espaço-tempo próximo ao Sol.
Além disso, falando em armagedom, nas últimas décadas não faltaram especulações a respeito de um planeta fictício — e errante — chamado Nibiru, cuja existência foi proposta por Zecharia Sitchin, um arqueólogo e escritor que defendia a teoria sobre os astronautas do passado e sua ajuda no desenvolvimento da humanidade. Aliás, esse mundo chegou a ser mencionado em várias teorias sobre o fim do nosso mundo.
A procura continua
Os astrônomos seguem buscando objetos maiores que Plutão e que tenham as características de planetas além da órbita de Netuno, e a procura já rendeu alguns frutos. Segundo Jesse, em 2005, pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia descobriram Éris, um planeta anão de menor tamanho e mais massa do que Plutão e, alguns anos depois, o 2012 VP113 também foi encontrado.Atualmente, esse último corpo celeste ainda detém o título de (possivelmente) o objeto desse tipo mais distante de que se tem notícia, ficando a cerca de 12 bilhões de quilômetros do Sol. No entanto, 2012 VP113 pode perder a “coroa” de uma hora para outra, especialmente se os astrônomos que fizeram o anúncio da descoberta de um potencial candidato a Planeta X estiverem certos e o que eles viram realmente for classificado como um novo mundo.